segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Amor que não sabe dizer o nome


A Rússia rachou um meteoro
enquanto me meto num novo território
e parafraseando um dos poetas da minha vida
me pego embriagada nessa inspiração bandida
o amor que não sabe dizer o nome
perdoa o primeiro homem da minha história
e sobe no salto encantado até onde lembra a memória
cozinha cantando mantra e conversando com cada ingrediente
lembra aquele tranco recente e aperta o dente
o amor que não sabe dizer o nome
das risadas em conjunto tem fome
e de um companheirismo que vai se desenhando
agradece e espontaneamente se pega tateando
essa cabra cega que é reconhecer
cada encaixe retórico e corporal que quase deixei perder
o amor que não sabe dizer o nome
não enxerga a que distância está da paixão
e mesmo desconfia que ainda não andou descalço no pântano amoroso
é que desencontrar palavras para ele é um tanto perigoso
só que ao mesmo tempo inebriantemente gostoso
o amor que não sabe dizer o nome
estranha a vaidade que rompeu a barragem
e acha que voltar para o palco e a massagem
tem um ar mal disfarçado de miragem
quebra brinco e deixa pistas para trás
ao mesmo tempo não acha o caminho de volta
mas pensando bem, que retorno importa?
o amor que não sabe dizer o nome
quer mais é quebrar o lápis e se entregar à euforia
que remodelar um jeito impensável de se gostar é a maior alegria
Franzoca Brandão

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