sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A Molequice ensaia a cura

Quando doeu o perdão não digerido
o superfaturamento das relações arrefeceu
E reencontrei um menino
que me toca e suaviza
Mas é uma criança crescida
e não tem como apaziguar
essa dor de infância
Quando me vi manipuladora
aliviei a mão na ansiedade
E meu sorriso se escondeu
mas soltar as carcaças
da emotividade contida
No menino que sente falta da minha risada
suou o que não pode ser restaurado
E a mão do menino
passeou entre meus cortes mal cicatrizados
Ele ri comigo
e a madrugada perde a densidade
Numa gangorra recém descoberta
estas crianças se aninharam
Minha barriga acolheu e se arrepiou
com teu sopro
A parte rasgada de mim
se esqueceu na leveza deste pique e pega
Este menino deve se embaralhar
quando a sem gracice enfrenta minha malícia
A mágoa encroada me tira da cama aos soluços
E esta criança com band aid emocional
estranha o colar com perfume adulto
perdido no playground

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