domingo, 1 de setembro de 2013

Faxina emocional

Hoje esvaziei tantas prateleiras
abri espaço para parir criações
Rearranjei gavetas, tirei o pó
para que os projetos encroados
venham ao mundo
e aliviem essa febre
de leite empedrado
Esses filhos sim
a gente quer mais
que ganhem o mundo
Joguei comprovantes de contas
nunca conferidos
quem os armazenou
planejava ter o filho
que fez com a outra
antes de terminarmos?
Coloquei as perguntas
sem resposta no lixo
Limpei lembranças
indesejadas do cachorro
a saudade é tanta
que não me aborreci
dele batizar apostilas
Dividi virginianamente
meus livros
Mandei reminiscências
profissionais e amorosas
para reciclar
que elas se transformem
em papel ecológico
para uma nova poesia

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