domingo, 22 de setembro de 2013

É só um toró

É só um toró
desses que acordam nosso limbo emocional
põem os pelos pra sambar
e o juízo fora de lugar
É só um toró
desses que vêem detalhes quase imperceptíveis
resgata vontade paleozoicas
e estranha choro fora de lugar
É só um toró
que lê as entrelinhas
desabafa chateações irreversíveis
e pimenta as prosas
É só um toró
que traz à tona
emoções velhas de guerra
e rejuvenesce o sentimento
É só um toró
dá um abraço meio aconchego
e meio arapuca
É só um toró
que escamba favores
confessa inexperiência centenária
e perdõa o desencaixe da imaturidade
É só um toró
que divide grilos
labuta um pedaço do coração já sitiado
mas já alerta que a estação das águas é temporária
É só um toró
que cai bem aos ouvidos
mas acende o botão interno de alerta
que quer ser mais parceiro
numa indisponibilidade explícita
É só um toró
debaixo do qual te enxerguei menino
como o que amei na pré infância dos meus amores
num ninho que ainda não tinha dores

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