domingo, 28 de abril de 2013

Curte a chuva enquanto ela cai

Deixa ele se esparramar na sua vida sem afobação. Diz pra ele que só me perdi na ansiedade pois homem que repara em detalhe desconcerta. Ouve ele que o conteúdo é afrodisíaco. Conta o que leu, escutou, assistiu ou viajou que é quando os laços se fazem mais charmosos e nostálgicos. Cozinha junto que é sexy e cria conexões sensoriais e saudosistas. Fala que queria ter acertado um pão para ele. Ensina o inglês que não deu tempo por mim. Avisa que aprenderei bike pois ele lembrou o quanto adoro vento no rosto. Repara no cenário das peças no meu lugar. Dá um toque que verei mais documentários e tentarei não sentir falta do que ele achou. Confere as exposições de grafite e gravura com olhos infantilmente curiosos a dois. Confessa que me arrependi de ter parado de desenhar traumatizada com régua e esquadro no curso técnico da infância. Alonga antes de subir na moto por horas e aprecia a paisagem menina. Abre o jogo que queria ter tirado foto da minha primeira viagem de motoca e registra as de vocês antes que façam falta. Aproveita os amigos dele no meu lugar. Ri com ele que parece piada, mas até as amigas se acostumaram mal à companhia dele. Compartilha tuas aventuras e se arrisque com ele como eu sonhei moça. Divide que meu mochilão está em planejamento e ainda projetarei fotos das minhas visitas na parede como ele fez com as deles para me dar vontade de ganhar o mundo. Dança com ele e se resistir, conduza você. Não espere pela grana ou balada que nunca vêm. Olha que cor linda a dele mulher. Ainda bem que o que não falei, minha poesia escancarou. Aproveita o peito dele como sofá viu? Improviso umas mudançazinhas em casa e abstraio a falta daquele abraço. Deixa ele cuidar de você, que é bom nisso, mas tendemos a bancar a Mulher Maravilha sem querer. Embarca na viagem da criação dele, que rende heim? Agradece pois pari versos para entrar noutra coletânea. Fica sem fala não menina. Garimpa memórias de infância, comédia memorável e roubada inesquecível, mas vara madrugada trocando bonita. Tenho escrito pra processar o que não deu tempo. Evitar maquiar o que sente ou quer preta. Meu alívio é que minhas brincadeiras e corpo foram suficientemente explícitos pra sensibilidade dele. Abusa dessa memória fotográfica mulher. Não espalha mas rezo por alguém que leia meus olhos e movimentos com a mesma percepção aguçada. Deita e rola porque é uma raridade quem não ronca depois do amor moça. Minha cama dobrou de espaço, mas improviso uma conchinha com endredon e travesseiros. Enche o nariz desde o perfume amadeirado fresco pós banho até que não sobre cheiro nenhum e mesmo assim seja bom. Quebro um galho com pós barba no banho para brincar de banheira no chuveiro e engano o nariz com desodorante masculino. Cuida dele caprichadamente que ele te transborda. Estou cuidando de mim e com ele entendi que minha colega tinha razão: se me permitir vaidosa, não deixarei de ser inteligente. Embarca na piada em dupla que é uma pinga sem efeito colateral. Deixa escapar que calibro o bom humor só por ele ter dado a dica que dava para conversar semanas com bem humorada. Pede pra ele te massagear que a mão é leiga, mas tem potencial. Esqueço meus pés na grama ou água quente pra aliviar a saudade. Conduz o que gosta que eles curtem e até pedem. Vou assentando as vivências inesperadamente surpreendentes. Cria que com homem assim rende moça. Escrevo e até ganho elogio na oficina de iniciação literária. Se afoga no cheiro do creme de cabelo menina. Continuo me arrumando depois que os reparos dele reverberaram em mim. Se delicia que ele não liga pra futebol. Comenta o quanto apanho do DVD depois que ele se foi menina. Solta fogos de artifício que ele cuida da saúde mulher. Deixa escapar que desejo que ao contrário dos companheiros de sexo dure muito. Segura a língua que ele não fala palavrão.Tenho procurado falar menos depois que ele repassou por aqui moça. Come a unha não que é coisa de moleca. Tô expulsando a ansiedade da vidinha. Olha como ficam bonitos no espelho. Confesso que me arrepiava a coluna nosso reflexo nele moça. Senta no colo dele no meu lugar menina. Diz que sem ele distraio essa falta pirando atrás de freela que as contas urgem. Aproveita que a companhia dele no parque combina porque é louco por aventura. Ainda acho uma graça o quanto ele se preocupa com a pesca predatória do tubarão. Faz projeto em conjunto que viagem acordado a dois é idílica. Comenta que espero que a bronca passe e ele faça o cenário ou figurino das minhas peças. Adota os sobrinhos dele em meu lugar moça. Achava fofo ele falando neles, talvez por falta dos meus próprios. Ouve as lembranças da sogra por mim. Em off, mas essa eu quis conhecer, devo ter acordado, caído e batido a cabeça nalguma quina sem perceber. Pede o que tem vontade de ganhar, que ele tem cara de quando tiver oportunidade, aproveitar a lembrança. Me deu saudades de flores, anos depois de esquecer como era ganhá-las. Tem ciúme não menina, que se ele contar de ex é distração, não maldade. Mas faz de conta que não ouve da insuportavelmente interessante que confesso, cutuca a gastrite. Faz cafuné que a mão e a pele se entendem feito irmãos siameses. Avisa que a conexão de alma no fundo quer sim que vocês reeditem nosso projeto quase cinematográfico de felicidade.Mas lá no Jalapão e sem acesso á Internet pra colocá-la no outdoor online.

Nenhum comentário:

Postar um comentário