quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Dança indiana como terapia corporal

O teste drive de Bollywood dance remeteu ao filme Bollywood Dreams. E bem, ao que tudo indica é um pré requisito para tentar a vida na indústria de filmes indiana, logo não há a menor chance de concorrer com as aspirantes a estrelas locais. Confessa para a professora que não tem coordenação, mas ela consola com o que parece ser óbvio, só que nenhum mestre deixou isso tão explícito antes:
- Isso a gente não tem mesmo, nós construímos.
Não pega metade dos movimentos de mãos, pernas, braços e cabeça, mas só de ouvir aquelas músicas que parecem ter um que sagrado, já se sentiu praticamente no Taj Mahal. Fica chocada com a professora girando o joelho naquele chão de madeira: deve fazer aquilo há gerações. Mas para tentar, precisará de joelheiras, pois a coleção de roxos pelo corpo já está de bom tamanho.
Queria ficar no rumo do ventilador, pois como classifica a medicina ayurvédica, deve ser estupidamente pitta (inacreditavelmente calorenta). A paisagem de fundo era o congestionamento da Av. Domingos de Moraes, mas não saberia definir quem tinha os movimentos mais precisos e trabalhados: a professora Gyaneshree ou a dançarina Maíra.
Foi tentando se encaixar aos mudrás e detalhados deslocamentos: sentiu um quê de dança espiritual ali e olha que não está acreditando em nada há quase um mês e meio. Mesmo com as paradas periódicas para tirar dúvidas e conversas, sentiu uma avalanche de ... serão endorfinas ou serotoninas? Para quem nadou e caminhou a vida inteira, de repente sentir que a dança traz reações novas é mágico.
A outra dançarina tinha músicas indianas no celular: queria receber todas, por como toque do aparelho, recebimento de mensagem... Não consegue começar a fazer algo sem se envolver até a medula, abraçar com uma empolgação juvenil tudo que traz essa realização intangível, esse ganho não mensurável, esse cansaço gratificante de experimentar "deixar a cabeça na árvore" e virar a própria dança.
Os sons e as expressões tão característicos, o jeito da professora, remeteu à colega indiana que teve no trabalho 3 anos atrás, à novela Caminho das Índias, o quanto diziam que não era bem como a Globo mostrava, o restaurante indiando Tandoor e o de dar água na boca Gopala. É uma atmosfera de cheiros, sons, cores, gostos, não se pode dizer que ancestral, mas que reverbera num canto interior escondido, como quando ouviu mantras pela 1a vez e na segunda já saiu cantando.
Como esta professora é um presente da deusa das artes Sarasvati, revelou que dá aulas de Katak, uma dança clássica indiana que colabora com a arte dos contadores de histórias, no Centro Cultural da Índia, às quartas e sextas às 18h30, nos Jardins, de graça: http://dancaindianabrasil.blogspot.com.br/2011/10/aulas-de-kathak-no-centro-cultural-da.html.
O ritmo conseguiu milagres significativos: deixou a verborrágica mais contemplativa, a "corta pulsos" mais otimista...

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