sábado, 27 de outubro de 2012

Batida do Amor Resiliente

O amor entendeu
que teu coração era comunitário
O amor entendeu
que tua ânsia pela arte tinha que ser sorvida em grandes goles
O amor entendeu
que teus espaços são imprevisíveis e não exclusivistas
O amor entendeu
que as amizades têm maior urgência
O amor entendeu
que quando a música precisa, teus dedos cantam
O amor entendeu
que é terapêutico e não definitivo
O amor entendeu
que é ansiolítico e não preenche todos os espaços
que tem dor que temos que olhar nos olhos
Mas sozinhas
O amor entendeu
que embora corra em nosso sangue
a música, dança e pintura indígenas
Nem a rua em que moramos é mais nossa!
Por tudo isso
e o que não consigo tatear para nomear
Esse reencontro de pele, cheiro e suor
nem mora naquela vertigem arriscada
que no mergulho quase põe os pés no ar
Nem se acomoda
na prateleira do embalo na rede
Só quer ser ouvido e lido
E por não se adequar a caixinha alguma
Ele fica assim meio sem chão
procurando palavra para vestir
e se reconhecer refletido na poesia
Espera ansioso por uma nota musical
para quem sabe dar as mãos numa canção
E enfim suspirar aliviado
que bom ter você ao meu lado

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