domingo, 20 de janeiro de 2013

A brother de profissão...

...é dessas poucas que alerta quando a barca está furada e estou prestes a embarcar nela desavisadamente. Já relevou quando a cegueira passional me fez furar por quem não merecia. Ajudou a encantar com o samba. Tem os olhos amorosos da minha avó: gostava de todos os ex, até os roubada escancarada em neon gritante. Me levou para espiritualidade xamânica. Vem da terra da minha mãe, daí ser tão descabidamente especial. Já me deu carona e tentou se encaixar na ex turma coxinha na qual estive forçosamente inserida tantos anos. Reveza comigo nos dramas do picadeiro da informação - pois lugar de palhaço é no jornalismo! Pegou carona na minha fase gandaia descontrol e à nossa maneira farreamos merecidamente. Nos reapaixonamos pela Vila Madalena entre sobes e desces pelas feirinhas, botecos e afins. Tem um jeito brejeiro na cozinha que é inspirador. Topou pagar mico cênico na minha matéria de direção só para segurar a onda da amiga metida à artista. Dá bronca quando digo que sou jornalouca e atristeza da família. Suaviza quando estou dando importância demais à comédia da vida privada familiar. Descola ingresso aos 45 do segundo tempo para bancarmos a tiete no show da Madonna. Me empresta livros como Viver para Contar do Gabriel Garcia Marquez, quase a fundo perdido. Suspira em dupla quando vemos Gael Garcia no cinema. Lembra quando estou dramatizando além da conta fora do palco que já passei por aquilo, vou passar de novo e logo tiro de letra. Sonha junto para virar realidade que estudaremos fora. Diz que minhas inspirações de madrugada que se perdem quando não escrevo são coisa de escritora, não de jornalista. Me defende para quem não me conhece, mas me rotula precipitadamente. Ri no meio da minha massagem, tornando até o mais terapêutico dos momentos cômico. Tem uma ânsia de se compreender, curar e encontrar que inspira a gente. É tia coruja. Me indica centro espírita quando estou vulnerável. Ajuda a desembaçar os óculos quando estou com as mãos engessadas para fazê-lo sozinha. Ri comigo das tragicomédias familiares, aliviando o que levaria sessões e mais sessões de terapia para relevar. É dessas irmãs que ao mesmo tempo que a vida não providencia oficiosamente, empresta extra oficialmente.

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