Todas as Vezes em que Quisemos Desistir
Entendemos o sonho cênico na manhã seguinte
Retomamos o papel a toque de caixa
Perguntamos por onde entramos
Mas não quisemos saber por onde saímos
Nem apressar o fim da cena
Todas as Vezes em que Quisemos Desistir
Compreendemos quem entregou os pontos
com menos dores
Por enxergar à nossa frente
Quem mais machucado seguiu adiante
Todas as Vezes em que Quisemos Desistir
Ouvimos o som do trem irrefreável
E seu refrão pilhando no cangote:
“tem gente atrás! Tem gente atrás”
Todas as Vezes em que Quisemos Desistir
Paramos para ver a mesma flor
De outro ângulo
Redescodrimos um sonho empoeirado
E parimos um novo projeto
Todas as Vezes em que Quisemos Desistir
Renovamos o presente de agora
Nos apaziguamos com o imprevisto de ontem
E entregamos o mistério irresistível do amanhã
Ao enigmático dia seguinte
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