sábado, 14 de julho de 2012
Nostalgia de madrinha
Antes de ter afilhado, era impossível entender a saudade de mãe dos filhos pequenos. Ela só entendeu quando batizou o priminho. Se sentia falta dele bebê, imagine a mãe! E agora ainda que ele está "semi aborrescente", empurrando a madrinha da tentativa de abraço... Que facada no coração e ótimo método para "brochar" de ter filhos. Lembra de quando foi fazer cursinho pré batismo para cruzar o estado e passar pela cerimônia de derrubar água benta na cabecinha do bebê, que coitadinho, não pode dizer o que pensava a respeito na ocasião. Os ecumênicos têm razão, é praticamente uma violência contra a criança. O afilhado não tem noção do quanto a madrinha é enlouquecida por ele, pois já nem era mais católica, já estava ensaiando adotar a meditação budista como filosofia de vida. Mas a madrinha lembra do quanto posou sorridente para as fotos, achando o máximo bancar a segunda mãe diante de toda a comunidade católica da capital paranaense. E o tio com aquele ar de sossegado, tranquilo, o próprio catequista. E pensar que este primo é que introduziu a madrinha aos livros do Dalai Lama. Ela será eternamente grata por ter preenchido o coração com a presença arrebatadora do Mestre nas duas visitas Dele ao Brasil. Mas "voltando à vaca fria": a madrinha se deixou fotografar com o afilhado quando era tão pequeno e ela com tanta cara de quem acabou de acordar: tem quem desconfie que é mãe e filho. Só por amor a gente se deixa registrar tão entregue assim. Não é quase a segunda mãe? Só deu brinquedos educativos. No último reencontro mesmo, se recusou a ceder às paixões por DVDs de jogos violentos dele. Onde já se viu o afilhado ficar maior que a madrinha? A mãe deve é estar dando fermento pro dito cujo... Tem boas lembranças de rolarem no chão da casa da tia, forrada de pelos de gatos - benza Deus alergia que deu uma trégua na ocasião! Mas a mais saudosista mesmo foi levar o afilhado ao Sesc Vila Mariana e ao Parque da Aclimação, bairro do coração da madrinha, que adora um programinha cultural e no meio da natureza com as crianças da sua vida (no caso, os filhos das amigas também). Maldiz a distância entre as casas em que moram, pois caso estivessem mais próximos, seria mais presente. A madrinha não consegue explicar ao afillhado que as ausências são falta de grana e tempo de quem estuda, trabalha, procura empregos melhores. Faltam palavras. Até para quem escreve muito desde a 1a redação na 2a série, pois laço de família e de coração é de sangue, suor e lágrimas: o tio consolou bastante as crises de saudade da madrinha, que espera que ele faça as vezes de "duplo padrinho" - por estar mais próximo e ser tão amoroso quanto ela quer ser, mas nem sempre pode. Dizem que tem a saudade boa, que sabemos que vamos matar assim que rever a pessoa. E lá existe saudade boa? A madrinha tem lá suas dúvidas...
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