É, não foi agora.
(não tem problema, ainda pode-se sonhar um bocado)
Dizem as más línguas que foi-se o tempo. Essas, hábeis em atingir feridas quase extintas, cobram, cortam alegrias, questionam o que não se responde.
Nem é por elas na verdade.
Hoje tem pontadas familiares, mas com outro peso.
Neste meio de semana, experiencio aquela simbologia cíclica de acatar perdas, sem metáforas.
De emoções que não sabia, mas te assaltam mais à queima roupa que contas, incertezas ou receios.
De sensações latejantes na intensidade de que você deva ser o cara mesmo. Esse com ar de ficção.
De desaguares pulsantes sem lógica, na linha "continuo feliz a despeito de remar contra maré".
Bom, sou especializada nisso.
De confirmar que numa suspeita meio poética, meio para lá do nosso controle, nos prontificamos de bate pronto.
Queria condensar num poema, mas menino é sangrar demais pra página de menos.
Criei mudanças imaginárias, falei com meu imaginário, realoquei tempos e pessoas, insisti mentalmente em cada vírgula das minhas convicções militantes.
Nada aconteceu.
Ou sim, duas machucadas meio previsíveis, meio óbvias, meio mais do mesmo. Em momentos vulneráveis feito pele queimada de sol.
Tantos macaquinhos dando piruetas no sotão - mas sei de onde vêm.
Quis te dar o presente mais elaborado que imaginamos nesta toada da cisma vã. Tá, volto aos puxões de orelha providenciais. Inda não me curo aqui.
Lembro que contigo e a Peteca na cama encontro uma plenitude onde está tudo que queria.
Ou nada como uma noite de aulas de artes para reabastecer.
Inda não sei bem de que.
É de estraçalhar aprender que se tinha o que precisava e se preciso de menos ralados, que vá de encontro à quietude. Outros universos raramente fazem conexão com o meu, meio etéreo, pouco terra.
Parafraseando Legião "já passou, já passou, quem sabe um outro dia".
Nesta madruga "aconchegantemente" fria, ainda não sei o que lateja mais: esfacelar uma ilusão cômoda, as léguas de compreensão de quem gosto, mas vive insiste em ligações pouco lúdicas, ou esta dorzinha de que não, não é tão simples quanto a mente criou.
A Peteca se encanta com a caneta dançando e me reapaixono por ela.
Foi mágico descobrir que apesar das condições inadequadas de temperatura e pressão, de menino você não tem nada.
Claro que um mundo de realizaçõezinhas nos aguarda.
Algo em mim imaginava que me partindo, a experiência maior do amor nasceria.
É de chorar pelos cílios descobrir que parceiro para todas as horas está tão perto...a ponto de tocá-lo.
O ano é novo e as emoções se reeditam!